A importância de melhorar e expandir a mobilidade aérea no Brasil, favorecendo o deslocamento de pessoas e cargas, é consenso quando pensamos
em desenvolver o país.
É com base nessa premissa que surgiu o Instituto MineToo de Desenvolvimento
da Mobilidade Urbana de Pessoas e Cargas, associação sem fins econômicos
e de direito privado. “Oferecemos soluções integradas de mobilidade e tecnologia”, explica Rafael Ribeiro Gianesi, CEO da MineToo.
Formado na Escola de Engenharia Mauá, ele desenvolveu sua expertise na
gestão de projetos tanto na academia quanto em longos anos de prática no
mercado, além de atuar como diretor de empresas no setor de transporte e
construção e em contratos de grande porte. Gianesi destaca, em entrevista, a
importância dessa iniciativa.
“A MineToo é a nova forma da mobilidade no Brasil, tanto no conceito como
no modo de operação, custo e experiência”. Explicando: a partir de uma ideia
inovadora, a MineToo promete transformar a mobilidade aérea no Brasil, trazendo benefícios para os três pilares da aviação civil – o proprietário, o piloto
e o viajante, integrados por uma plataforma 100% digital.
Para os donos de aeronaves várias vantagens serão apresentadas quando
associados, podendo então ativar suas aeronaves quando não as estiverem
utilizando, o que lhes permitirá diminuir os custos para mantê-las. Para os
viajantes, o MineToo propõe mais opções de mobilidade, de uma maneira simples, tecnológica e com baixo custo.
O instituto é aderente e atende às premissas do Plano de Aviação Nacional,
além de cumprir com rigor e transparência as regras da Agência Nacional de
Aviação Civil (ANAC) e as leis e normas relativas ao terceiro setor.
A política ESG (Environmental, Social, Governance) é contemplada em vários indicadores, incluindo a pegada de carbono neutralizada de cada voo, além de, no âmbito social, promover a integração de profissionais ao mercado
de trabalho com o Programa de Inclusão de Pilotos, que irá oferecer a pilotos formados a possibilidade de voar como copilotos, com comandantes habilitados para instrução, a fim de acumular horas de voo sem custo.
No contexto do seu plano de negócios, a MineToo leva em conta vários dados que indicam uma forte necessidade de aumento da mobilidade aérea no país.
De acordo com o Governo Federal, a demanda por transporte aéreo pode triplicar até 2037, chegando a 700 milhões de passageiros ao ano – hoje são 117 milhões. Os voos domésticos abrangem 3.590 dos municípios de origem ou destino que representam 64% do total de cidades no país, e trechos de viagem para os quais não existem voos diretos atualmente são um mercado potencial.
No Plano de Aviação Nacional, existe uma previsão de que todo cidadão deve ficar a uma distância máxima de 100km de um aeroporto ou aeródromo. Esse projeto nunca foi totalmente para frente por falta de aderência das companhias aéreas. Nesse sentido, a atuação da MineToo pode colaborar, com sua rede descentralizada e a capacidade de atender a pequenas demandas em todo o território nacional, para cobrir deficiências de outros modos de transporte.
Como você vê a aviação civil nos próximos 10 anos?
Rafael Gianesi – Olhando para os últimos dois anos, a pandemia gerou uma grande mudança na aviação particular, enquanto a aviação comercial ficou temporariamente parada. Daqui para a frente teremos um crescimento nas frotas das companhias aéreas e no número de passageiros, e o nosso maior foco e desafio é voar trechos que companhias aéreas não voam.
E como você, como CEO, imagina a MineToo nos próximos cinco anos?
O nosso objetivo é em cinco anos ter pelo menos 1% dos assentos voados por ano no país. Como essa operação é descentralizada, não precisamos operar em uma base específica, o que nos possibilita esse grande alcance.
O que ela pode fazer pela aviação brasileira?
Ela é a nova aviação brasileira, tanto no conceito, modo de operação, custo e experiência. É a experiência e a condição de voo permitida pela aviação privada com custos próximos aos da aviação comercial.
Quais as maneiras de utilizar os serviços da MineToo?
Pelo fato de ser um instituto que tem como objeto o desenvolvimento de mobilidade, só operamos para os associados.
Como um proprietário de aeronave pode se associar à MineToo?
A associação é sempre feita de forma digital pelo aplicativo, onde a inclusão de uma aeronave na operação da MineToo é feita por um contrato de cessão onerosa registrado na ANAC para o instituto agir como operador.
Quais são as vantagens da MineToo para um proprietário de aeronave?
A primeira vantagem é a redução do custo de propriedade da aeronave. Além disso, o proprietário terá o acesso a outras aeronaves MineToo, a capacidade de negociar valores de hangaragem, acordos com oficinas de manutenção
que podem reduzir o custo e acesso à uma equipe de gestão de manutenção,
além de benefícios fiscais na importação de partes e peças para a aeronave.
E como funcionará a questão dos pilotos que desejam se associar?
A associação dos pilotos também é feita pelo aplicativo, sendo que cada profissional passará por uma análise por parte da nossa equipe de operações,
processo em que são checados o comportamento e atuação, para garantir
que esteja dentro do padrão MineToo que inclui a vestimenta, uniforme, atendimento de pista e excelência de voo.
E sobre a checagem dos aviões que farão parte do ecossistema de mobilidade da MineToo?
Todo avião tem como regra uma série de requisitos para ser aeronavegável.
Assim, todas as aeronaves passam por uma pré-avaliação e caso haja algum
item presente que não atenda os requisitos técnicos e padrão da operação MineToo, a nossa equipe de Controle Técnico de Manutenção (CTM) checa e acompanha a aeronave em oficinas especializadas para que seja liberada para a operação.
Como o usuário poderá realizar uma viagem com a MineToo?
A associação é muito simples, é feita pelo próprio aplicativo, sem custo, de maneira tecnológica e rápida. Uma vez associado, a gestão de mobilidade MineToo fica disponível para esse associado, sem limites para levá-lo aos seus destinos